O Pecador Ungido: A Figura de Davi na Aliança entre a Extrema-Direita e Grupos Religiosos no Brasil
A ligação entre a extrema-direita transnacional e grupos religiosos brasileiros é um fenômeno complexo e significativo, especialmente quando se considera a figura mítica do rei Davi como um símbolo central. Esse vínculo pode ser observado na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que ao longo das últimas décadas passou por uma transformação teológica notável. Inicialmente centrada em Cristo e na teologia da prosperidade, a IURD, assim como outras igrejas neopentecostais, adotou a teologia do domínio, importada dos Estados Unidos.
A teologia do domínio promove a ideia de um controle político e uma imposição violenta da fé, abandonando os princípios mais tradicionais da teologia cristã. Essa mudança resultou em uma reinterpretação do Antigo Testamento, onde o foco se deslocou de figuras como Moisés, Jó, José e Salomão para Davi, mas não o Davi que derrota Golias com astúcia, e sim o Davi guerreiro e senhor de exércitos, conhecido por suas transgressões e pecados, como o episódio com Betsabá e Urias.
Para a extrema-direita transnacional, Davi representa o modelo ideal de líder: um "pecador ungido", alguém que, apesar de suas falhas morais graves, é escolhido e favorecido por Deus. Essa visão permite uma justificação moral para líderes contemporâneos como Donald Trump, Jair Bolsonaro, Javier Milei, Viktor Orbán e Benjamin Netanyahu, que são considerados ungidos por seus seguidores, não apesar de seus pecados, mas em parte por causa deles. A transgressão e a força bruta são vistas como atributos de liderança divina.
Este culto a Davi não é um retorno ao Israel dos profetas ou de figuras misericordiosas como José, que perdoa seus irmãos. Ao contrário, é uma identificação com o Israel militarista e conquistador, onde a força das armas prevalece sobre a compaixão. A extrema-direita se inspira em Davi, não pelo seu arrependimento ou busca de redenção, mas pela sua capacidade de exercer poder e dominação sem remorso.
A adoção desse modelo por grupos religiosos brasileiros, especialmente aqueles alinhados com a extrema-direita, tem implicações profundas. A retórica do ódio e a desumanização do outro se tornam ferramentas políticas eficazes. A figura de Davi legitima atos de violência e opressão, justificando-os como parte de um plano divino. Esse simbolismo é particularmente visível na política internacional, onde o apoio incondicional a Israel e a tentativa de transferir embaixadas para Jerusalém se tornam manifestações desse alinhamento teológico e político.
O massacre atual dos palestinos em Gaza pode ser visto como uma extensão dessa ideologia. Conforme definido pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, o genocídio envolve práticas como assassinato, causar danos graves, imposição de condições de vida calculadas para destruir fisicamente um grupo, entre outras. Todas essas práticas estão presentes no conflito atual, evidenciando a gravidade da situação. A política de extrema-direita se alimenta da retórica do ódio, levando a massacres simbólicos e físicos.
Em suma, a ligação entre a extrema-direita transnacional e grupos religiosos brasileiros, centrada na figura de Davi, revela uma teologia e uma política de dominação. Abandonando a compaixão e a misericórdia, esses grupos adotam um modelo de liderança baseado na força bruta e na transgressão, justificando a violência e a opressão como atos divinamente sancionados. Essa ideologia, refletida em eventos globais e locais, evidencia os perigos de uma teologia que se desvia dos princípios de amor e justiça em favor do poder e da dominação.
A teologia do domínio promove a ideia de um controle político e uma imposição violenta da fé, abandonando os princípios mais tradicionais da teologia cristã. Essa mudança resultou em uma reinterpretação do Antigo Testamento, onde o foco se deslocou de figuras como Moisés, Jó, José e Salomão para Davi, mas não o Davi que derrota Golias com astúcia, e sim o Davi guerreiro e senhor de exércitos, conhecido por suas transgressões e pecados, como o episódio com Betsabá e Urias.
Para a extrema-direita transnacional, Davi representa o modelo ideal de líder: um "pecador ungido", alguém que, apesar de suas falhas morais graves, é escolhido e favorecido por Deus. Essa visão permite uma justificação moral para líderes contemporâneos como Donald Trump, Jair Bolsonaro, Javier Milei, Viktor Orbán e Benjamin Netanyahu, que são considerados ungidos por seus seguidores, não apesar de seus pecados, mas em parte por causa deles. A transgressão e a força bruta são vistas como atributos de liderança divina.
Este culto a Davi não é um retorno ao Israel dos profetas ou de figuras misericordiosas como José, que perdoa seus irmãos. Ao contrário, é uma identificação com o Israel militarista e conquistador, onde a força das armas prevalece sobre a compaixão. A extrema-direita se inspira em Davi, não pelo seu arrependimento ou busca de redenção, mas pela sua capacidade de exercer poder e dominação sem remorso.
A adoção desse modelo por grupos religiosos brasileiros, especialmente aqueles alinhados com a extrema-direita, tem implicações profundas. A retórica do ódio e a desumanização do outro se tornam ferramentas políticas eficazes. A figura de Davi legitima atos de violência e opressão, justificando-os como parte de um plano divino. Esse simbolismo é particularmente visível na política internacional, onde o apoio incondicional a Israel e a tentativa de transferir embaixadas para Jerusalém se tornam manifestações desse alinhamento teológico e político.
O massacre atual dos palestinos em Gaza pode ser visto como uma extensão dessa ideologia. Conforme definido pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, o genocídio envolve práticas como assassinato, causar danos graves, imposição de condições de vida calculadas para destruir fisicamente um grupo, entre outras. Todas essas práticas estão presentes no conflito atual, evidenciando a gravidade da situação. A política de extrema-direita se alimenta da retórica do ódio, levando a massacres simbólicos e físicos.
Em suma, a ligação entre a extrema-direita transnacional e grupos religiosos brasileiros, centrada na figura de Davi, revela uma teologia e uma política de dominação. Abandonando a compaixão e a misericórdia, esses grupos adotam um modelo de liderança baseado na força bruta e na transgressão, justificando a violência e a opressão como atos divinamente sancionados. Essa ideologia, refletida em eventos globais e locais, evidencia os perigos de uma teologia que se desvia dos princípios de amor e justiça em favor do poder e da dominação.
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