A Linguagem Empobrecida e a Idiosubjetivação na Era da Dominação - parte 06

 



A idiosubjetivação pode ser vista como uma forma de engenharia social que naturaliza as opressões, invisibiliza a dominação e divide os oprimidos, dificultando qualquer forma de resistência ao poder. Essa manipulação facilita a formação de consensos ilegais e imorais que prejudicam a maioria da população, ao transformar a percepção de realidade e suprimir a crítica.

Instituições como a família, escolas, universidades, imprensa e tradições sempre exerceram influência significativa sobre as pessoas, condicionando sua liberdade e capacidade de reflexão. A idiosubjetivação amplifica esse controle ao eliminar elementos que poderiam questionar a aceitação da dominação. Isso é feito através de uma linguagem empobrecida, cheia de chavões e preconceitos, que limita a capacidade crítica dos indivíduos.

Há uma forte correlação entre a deterioração da linguagem e a idiotização das pessoas. Quando a linguagem é esvaziada de seu significado e as condições de pensamento são deterioradas, há uma maior propensão ao surgimento de fundamentalismos e um funcionamento psíquico paranoico. Nesse contexto, a ética e a lei são frequentemente substituídas por uma "lei imaginária", que justifica a opressão e a dominação.

Nas últimas décadas, tem-se observado um empobrecimento significativo do vocabulário nos textos destinados ao público. Essa redução na riqueza linguística, nas sutilezas e nas estruturas verbais complexas limita a capacidade de expressão e de pensamento crítico dos indivíduos. Um vocabulário limitado restringe a capacidade de reflexão, tornando mais difícil articular ideias e argumentos sofisticados.

A pobreza da linguagem está diretamente ligada à incapacidade de reflexão, argumentação e expressão de emoções, o que frequentemente resulta em violência tanto na esfera pública quanto privada. A falta de pensamento crítico e de habilidades de comunicação impede a imaginação e a ação para construir um mundo melhor, perpetuando um ciclo de opressão e conformismo.

A idiosubjetivação, através do psicopoder, é instrumental na manutenção das estruturas de opressão. Ela permite que os indivíduos não percebam que estão submetidos ao poder alheio, apresentando a opressão como liberdade. Nesse processo, as pessoas começam a ver os outros como concorrentes a serem derrotados, e não como aliados na luta por uma sociedade mais justa.

Essas ideias destacam como a idiosubjetivação sustenta a dominação e a opressão, ao empobrecer a linguagem e a subjetividade. Esse empobrecimento dificulta a reflexão crítica e a resistência coletiva, perpetuando uma realidade onde a dominação é invisível e a opressão é naturalizada.

 
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