Manipulação e Controle: Como a Idiosubjetivação Facilita a Dominação Neoliberal - parte 05

A relação entre ignorância e dominação é fundamental para entender como a exploração e o autoritarismo são facilitados. Segundo Adorno, a desinformação dos cidadãos reduz o valor de suas opiniões, tornando mais difícil o debate público e a formação de consensos democráticos. Esse cenário cria um ambiente onde a manipulação e o controle se tornam mais fáceis, pois a falta de informação adequada impede que as pessoas compreendam plenamente a realidade em que vivem.

As consequências da desinformação são profundas. Quando indivíduos consideram suas opiniões desinformadas como verdades absolutas, eles deixam de refletir criticamente sobre a realidade e as possibilidades de transformá-la. Isso gera uma estagnação social e dificulta a superação das condições existentes, perpetuando a desigualdade e a opressão.

A idiosubjetivação, que é o processo de formação de sujeitos egoístas e individualistas, cresce com a extensão da democracia liberal e o aumento do poder das empresas. Nesse contexto, os indivíduos começam a se ver como empresas, tratando outros como concorrentes e reduzindo a racionalidade a meros cálculos de interesse pessoal. Essa visão de mundo promove uma cultura de competição e desumanização, onde o valor do ser humano é medido apenas por sua capacidade de gerar lucro.

A manipulação da democracia e o neoliberalismo são fortemente interligados pela idiosubjetivação. Esta se torna necessária para manipular ou destruir a democracia, vista como uma ameaça aos lucros e desejos egoístas. A idiosubjetivação facilita a demonização do comum, a mercantilização de tudo e a busca ilimitada por lucros, criando uma sociedade onde tudo é visto como uma oportunidade de negócio.

Além disso, a idiosubjetivação serve como uma nova forma de justificação do poder. Substituindo a religião e a ciência, ela cria uma visão de mundo onde o sofrimento é considerado aceitável e inevitável, semelhante ao que a religião fez em tempos passados. Essa ideologia reforça a ideia de que as condições sociais e econômicas são necessárias ou inevitáveis, promovendo a passividade e o conformismo entre os cidadãos.

A passividade e o conformismo resultantes da idiosubjetivação servem diretamente aos interesses daqueles que querem manter a desigualdade e a opressão em uma sociedade de classes. Ao aceitar a exploração e a dominação como inevitáveis, os indivíduos deixam de lutar por mudanças, perpetuando um sistema que favorece apenas uma minoria privilegiada.

Essas ideias mostram como a idiosubjetivação sustenta a dominação neoliberal, promovendo a ignorância e a passividade para manter a exploração e a desigualdade. O processo de formação de sujeitos individualistas e desinformados é essencial para que a elite mantenha seu poder e controle sobre as massas, impedindo a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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