Breve Análise da História Inicial do Brasil: Uma Busca por Lucro em um Novo Mundo



O início da história do Brasil é marcado pela expansão marítima portuguesa, um período no qual a busca incessante por lucro e poder econômico foi o principal motor da colonização. 

O mercantilismo, sistema econômico dominante na Europa durante os séculos XV e XVI, foi caracterizado pela intensificação do comércio e pela busca por novas rotas comerciais para o Oriente. A tomada de Constantinopla pelos otomanos em 1453 foi um evento crucial, pois interrompeu as rotas comerciais tradicionais entre a Europa e o Oriente, forçando os europeus a buscarem alternativas.

Nesse contexto, Portugal se destacou ao investir em expedições marítimas, buscando consolidar seu poderio comercial. A descoberta da rota para as Índias por Bartolomeu Dias em 1488 foi um marco nesse processo, garantindo a Portugal um papel central no lucrativo comércio de especiarias.

O reinado de D. João II foi caracterizado por uma abordagem pragmática e estratégica para assegurar o domínio português nas novas rotas comerciais. Um exemplo intrigante dessa estratégia é a correspondência com Cristóvão Colombo, que levanta questões sobre a natureza de seu relacionamento e se Colombo poderia ter atuado como agente duplo a serviço de Portugal. A descoberta da América por Colombo em 1492, embora inicialmente vista como um obstáculo para alcançar as Índias, acabou por abrir novas oportunidades de exploração e colonização.

A chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 1500 não gerou o mesmo entusiasmo que a descoberta das Índias. A ausência de civilizações desenvolvidas e de produtos de alto valor comercial fez com que o Brasil fosse inicialmente relegado a segundo plano. Nos primeiros anos, a exploração do Brasil se limitou ao extrativismo do pau-brasil, uma atividade arrendada a consórcios comerciais, como o de Fernando de Noronha.

Apesar da decepção inicial, indícios da existência de metais preciosos motivaram expedições de reconhecimento ao longo da costa brasileira. Relatos de exploradores como Américo Vespúcio, Hans Staden e o destino trágico do bispo Pero Fernandes Sardinha ilustram a persistente busca por riquezas e os perigos enfrentados por esses pioneiros. Personagens como o Bacharel, Caramuru e João Ramalho, que se integraram às comunidades indígenas, desempenharam um papel crucial na obtenção de informações e no conhecimento do território.

A exploração do Brasil, inicialmente focada no extrativismo de pau-brasil, intensificou-se gradualmente, motivada por oportunidades comerciais e pela promessa de riquezas. Sendo assim, podemos analisar que a colonização portuguesa possuía um caráter de "empreendimento comercial", em que Portugal atuava como "agente comercial", isso ilustrando a dinâmica da exploração.
 
A trajetória do Brasil desde a chegada dos portugueses é um testemunho da busca incessante por lucro que caracterizou a colonização, moldando os primeiros séculos da história do país.

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Site: iter cognitionis

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