Ciência e Ideologia: A Complexidade da Ignorância na Era Tecnológica - parte 13



A natureza da ignorância é fundamentalmente entendida como a falta de conhecimento ou cultura, um estado inerente a todos os seres humanos desde o nascimento, persistindo mesmo após esforços consideráveis para superá-la. Essa condição levanta questões profundas sobre os limites do conhecimento humano e o que permanece inacessível à razão, apesar dos avanços tecnológicos e intelectuais.

As limitações do conhecimento são evidentes mesmo com métodos para ampliá-lo, pois sempre há riscos de erro e ilusões. A verdade é universal, mas o conhecimento humano é sempre parcial e moldado por interpretações ideológicas, como destacado por Francesco Carnelutti e Martin Heidegger. Isso ressalta a necessidade constante de revisão crítica e humildade intelectual.

A dimensão ideológica da ciência é crucial, pois, apesar de seu método diferenciar-se do "achismo", pode perpetuar ilusões e ocultar ignorâncias. Exemplos históricos como o racismo e a dominação masculina justificados pela ciência ilustram sua falibilidade e a importância de uma abordagem crítica e ética.

O avanço científico revela novas formas de ignorância, distintas da antiga falta de conhecimento, originadas pelo próprio progresso adquirido. A arrogância racionalista, que desconsidera tudo além de suas próprias racionalizações como obscurantismo, revela-se irracional ao ignorar novas questões e desafios emergentes.

A produção de interrogações não se limita apenas à descoberta de conhecimento, mas à habilidade contínua de formular novas perguntas. No entanto, há uma preocupação contemporânea com a diminuição na produção de perguntas, acompanhada de um culto à ignorância que é, paradoxalmente, percebida positivamente em contraste com concepções anteriores.

A transformação do conceito de ignorância reflete uma mudança cultural significativa, onde antes era vista como algo a ser superado para o desenvolvimento pessoal e social. Atualmente, há uma valorização e até mesmo um cultivo da ignorância como uma virtude, refletindo transformações nas percepções sociais e individuais sobre conhecimento, cultura e poder.

Essas ideias exploram como a evolução na percepção e tratamento da ignorância é influenciada por mudanças ideológicas, científicas e culturais na sociedade contemporânea, destacando a complexidade e a ambivalência dessa transformação ao longo do tempo.

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